A Microsoft divulgou nesta
sexta-feira, 12, mais esclarecimentos em relação ao pacote de atualização
automática responsável por gerar uma falha em computadores com Windows 7 que os
impedia de funcionar corretamente. Conforme explicação da fabricante, o pacote
2823324, contido na Atualização de segurança para Microsoft Windows
(KB2823324), combatia uma vulnerabilidade no sistema operacional classificada
como moderada.
O problema afetou diversos usuários brasileiros nesta semana. Ao
instalar o pacote, o computador era reiniciado em
“loop infinito”. O sistema operacional não carregava adequadamente e
o usuário não conseguia utilizar o PC.
“Ao contrário de alguns relatos, os erros de sistema não resultam
em qualquer perda de dados e nem afetam todos os usuários Windows. Entretanto,
todos os usuários devem seguir a orientação que fornecemos
no KB2839011 para desinstalar o update de segurança 2823324 se ele já
estiver instalado”, escreveu o gerente do grupo de comunicações da Microsoft,
Dustin Childs, no blog da companhia. As instruções para desinstalar o problema
são encontradas nocentro de
suporte online.
Vale ressaltar que existe
a possibilidade de a falha não ser responsabilidade da Microsoft. Isso porque
ela seria decorrente apenas quando existem certos tipos de softwares
instalados na máquina. “Identificamos que a atualização, quando colocada lado a
lado com certos software de terceiros, pode causar erros de sistema”, diz o
comunicado de Childs.
Além disso, ainda conforme
a Microsoft, a vulnerabilidade “requer que um atacante tenha acesso físico ao
computador para explorá-la”. A correção para esta falha está sendo estudada
pela empresa e deverá ser disponibilizada em breve em próxima atualização.
Procon-SP
A Fundação Procon-SP notificou
a Microsoft na última quinta-feira, 11, a prestar esclarecimentos sobre as
falhas ocorridas. Além da explicação da natureza do problema e a descrição dos
produtos afetados, a fabricante do Windows deve “apresentar a descrição e
comprovantes dos procedimentos e medidas adotadas junto aos consumidores
prejudicados para a reparação do defeito, além de todos os canais para recepção
de demandas e informações a respeito, disponibilizados aos consumidores”.
Se comprovadas
irregularidades na conduta da companhia, a Microsoft pode ser penalizada nos
termos do Código de Defesa do Consumidor (CDC). O órgão orienta as pessoas que
tenham sofrido algum dano econômico a procurar autoridades de defesa do
consumidor de sua cidade caso não cheguem a um acordo satisfatório com a
empresa nos canais oficiais fornecidos por ela.
E para empresas?
Conforme esclarece o
advogado Márcio Cots, sócio do Cots Advogados, especializado em direito
digital, mesmo pessoas jurídicas possuem uma relação de consumo com a Microsoft
com a compra de licenças corporativas. “Isso porque o sistema é utilizado para
operação da empresa, não está sendo vendido ou sendo oferecido como serviço no
negócio final. Logo, a empresa também é ‘usuária’ e pode usar o Código de
Defesa do Consumidor como proteção”, explica.
O trecho do CDC que
respalda os prejudicados é o artigo 12 do CDC. Segundo o texto, o fabricante
responde “pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos”.
Cots aconselha, contudo, a manutenção das máquinas em quarentena até que seja
possível determinar a real responsabilidade da Microsoft sobre o ocorrido.
“Quando a questão for solucionada, se o prejuízo for considerável, vale entrar
com ação judicial em cima desse artigo para buscar ressarcimento”, finaliza.
Fonte : TIINSIDE
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